Elon Musk, o bilionário presidente da Tesla, finalmente encerra sua passagem pelo governo de Donald Trump, após uma entrada tumultuada e marcada por uma série de controvérsias e disputas internas. O desligamento do magnata da administração foi confirmado nesta quarta-feira (28), quando o próprio Musk, via sua rede social X, agradeceu a Trump pela oportunidade de liderar o Departamento de Eficiência Governamental (Doge), criado no início do ano para promover cortes de custos no governo federal. A decisão foi rápida e sem cerimônia, com fontes afirmando que não houve uma conversa formal entre Musk e o presidente antes do anúncio de sua saída.
O fim de seu mandato como conselheiro especial se tornou inevitável após a crescente frustração de Musk com as limitações impostas por uma burocracia federal que ele considerava ineficaz e resistente a mudanças. Em suas declarações públicas, Musk não poupou críticas aos membros do gabinete de Trump, incluindo os secretários de Estado, Transporte e Tesouro, com quem entrou em conflito direto. Mais notavelmente, o bilionário teve palavras duras para o assessor comercial de Trump, Peter Navarro, chamando-o de “idiota”, o que só intensificou a tensão interna dentro da Casa Branca.
Sua saída marca o fim de uma passagem que, para muitos, foi sempre um experimento arriscado. Musk, um outsider sem experiência política formal, tentou transformar a administração federal em um modelo de eficiência extrema, cortando agências e funções consideradas redundantes. No entanto, os resultados ficaram aquém das expectativas. Durante seu tempo no cargo, o Doge, segundo suas estimativas, economizou US$ 175 bilhões, mas longe dos US$ 2 trilhões que Musk havia prometido. Para ele, as dificuldades em cortar custos de forma agressiva e a resistência da máquina governamental demonstraram que “a situação da burocracia federal é muito pior do que eu imaginava”.
Agora, Musk, que já havia sinalizado a intenção de focar mais em seus negócios, se prepara para reduzir ainda mais seu envolvimento com o governo. O futuro do Doge, no entanto, não está comprometido. Apesar da saída de Musk, a administração Trump continua empenhada em reestruturar o governo federal, com a promessa de seguir com os esforços de corte de gastos e eficiência, embora sem a liderança do bilionário.
A saída de Musk, marcada por críticas ao governo e um saldo de promessas não cumpridas, evidencia o quão difícil é para um outsider, mesmo com os recursos e a visão de Musk, vencer as complexidades da burocracia governamental. Se sua missão era realmente transformar o funcionamento do governo, o resultado é um misto de falhas, frustrações e desentendimentos, que agora, ao que parece, chegou ao seu fim.
